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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Livro meu...part 2


Por baixo do painel que supostamente indicava o nome do bar “ Dia a Dia “, havia um quadro grande e preto e giz, muito giz. Nesse mesmo quadro estava escrito “ Tontices “ de uma forma que despertava a atenção geral.
Pablo ficou atraído pelo que via e resolveu entrar, estacionou o seu carro junto de um sinal “ proibido estacionar “ e entrou.
Dirigiu-se ao balcão, puxou um banco de madeira alto e robusto e sentou-se. Tirou um cigarro amarrotado do seu maço amachucado que fez toda a viagem no bolso esquerdo da sua calça de ganga e acendeu-o. Por traz do balcão uma Chica ruiva de olhos verdes, com um sorriso de quem sabe receber bem quem não conhece, perguntou:
- Vai tomar algo?
-Sim, quero um gin tónico por favor, mais gin que tónico! Disse Pablo.
A ruiva sorriu, preparou a bebida e serviu Pablo.
- Aqui está, muito gin e pouco tónico! Disse a ruiva com olhar meigo e um sorriso largo.
- Por favor, pode dizer-me o nome do bar! Retorquiu Pablo.
- Sim claro, no papel é “dia a dia “ mas na realidade hoje e só hoje é “ tontices”! Disse a ruiva com ar de tonta.
Pablo estava fascinado, era exactamente isso que ele tinha pensado mas queria confirmar e então respondeu:
- Desculpe mas não entendo!
A ruiva olho-o com um ar mais sério, pois Pablo aparentava um ar culto, inteligente e a pergunta soava um pouco descabida.
- Aqui, mudamos o nome todos os dias, o nome do quadro enorme e preto é um pouco da ilusão que queremos passar, tipo… a alma da casa. Se por exemplo o nome para o dia é “branco”, as pessoas vêem vestidas de branco, se o tema é “Cuba”, elas vêem beber mojitos, rum e dançam música cubana e assim sucessivamente, é um bar de muita ilusão, entende?
-Sim, claro, então hoje é noite de fazer tontices, certo? Respondeu Pablo.
-Sim, é isso! Disse a ruiva com um ar atrevido.
- Então, diga-me o seguinte! Sabe quem é a Chica de Chiclana? Perguntou Pablo na sua inocência.
-Sim, claro! Toda a gente por aqui sabe, está ali! Disse a ruiva apontando o dedo.
Olhei na direcção do seu dedo e…lá estava ela, numa mesa junto ao piano com um rapaz que tinha a mão sobre a sua.
Procurou um buraco pelo chão do bar baixando a cabeça.

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