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terça-feira, 2 de março de 2010

História infantil...A caneta magica


João era um menino que vivia triste. Acabado de entrar para o 2º ano na sua escola primária, João evidenciava algumas dificuldades na escrita e no desenho. João tinha um coração verde, puro como uma planta, vivia a ingenuidade da sua idade, de uma forma despreocupada. Um dia, ouviu uma frase que sua professora lhe disse, que o iria fazer acordar dessa realidade.
- João! Não quero mais desculpas, tens que ter interesse para poder melhorar, estás a dar um passo para trás! Depois das férias da Páscoa vais ter que trabalhar intensamente!
João ficou muito triste, só queria ser igual mas…diferente dos seus colegas. Era um menino que vivia sem a disponibilidade dos mais velhos, João nunca tinha ouvido uma história ao deitar, compreensão ao acordar, vivia num meio onde era escassa a tolerância para com uma criança da sua idade. João procurava distrair-se brincando sozinho, e sozinho… e sozinho. João estava cada vez mais fechado para os outros, aqueles que o rodeavam.
Quando visitavam uma biblioteca, João, apaixonado como era por histórias infantis, sentou-se no chão com uma pilha de livros há sua frente. Rapidamente João deixava um para entrar noutro, era aquele o seu mundo, a ilusão. Ele era demasiado preguiçoso para ler, por isso devorava os desenhos que via e criava a sua própria história. Quando arrumava os livros na estante, João reparou numa estranha caneta de bico amarelo. O rapaz olhou á sua volta e não viu ninguém que pudesse ser o dono daquele objecto estranho, e resolveu pegar na caneta. Nesse momento reparou que o bico já era verde. Guardou-a no bolso direito do seu casaco preferido, que vestia quase todos os dias. Estava a chegar o fim da visita e João só pensava em chegar a casa e experimentar aquela estranha caneta que passara a ser lápis, pois já tinha bico de carvão. Chegado a casa, correu para o quarto, abriu um caderno de folhas brancas e agarrou a caneta.
Estranho, esta caneta não é rija… é mole, como… um dedo, terá vida? Pensou João.
Tinha um trabalho de casa, imaginar um jardim e desenhá-lo. Deixou cair sua mão sobre a folha branca do caderno e… aquela caneta maluca começou a movimentar a sua mão, como se lesse o seu pensamento. Ele pensou num jardim e ela desenhou-o e pintou-o. João não queria acreditar naquele quadro perfeito. O resultado era um jardim seco, com árvores fáceis de subir, fruta baixa para apanhar, campos, balizas, tabelas para atirar sua bola de basket, pequenos buracos para enfiar sua bola de golfe, uma cova para jogar ao berlinde, terra mole para jogar ao espeta, e um parque… baloiços, escorregas, bicicletas, obstáculos para transpor, um contador de histórias, e… uma nave espacial. Essa era a sua grande paixão, João queria ser astronauta, queria viver para além da Terra. E o que dizer das cores…reais, E a profundidade, os relevos. Um suposto desenho era já um quadro fantástico. João tinha medo do escuro. Quando chegou a noite, aquela caneta mágica desenhou numa folha branca uma luz que iluminava, e com ela adormeceu. João, passou as duas semanas de férias com a caneta magica que lhe lia o pensamento. Com ela aprendeu a escrever, a desenhar e a pintar como ninguém. No fim das férias, João reparou que a caneta mágica estava cada vez mais triste, já não empurrava sua mão, era João que movimentava a caneta. Foi então que teve uma ideia. No dia seguinte João pediu ao pai para ir á biblioteca. João levou a caneta, deixando-a no mesmo lugar onde a tinha encontrado, e disse a uma caneta que não o conseguia ouvir: - Obrigado por tudo o que me deste! Aqui, estará provavelmente a tua família, todos nós precisamos de uma, aqui serás feliz!
João não conhecia o egoísmo.

Poeta Escondido,02-03-2010

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