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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

As pessoas...




São elas que me fazem rir
Que me fazem amar
Que me fazem sentir
Que me fazem sonhar

São elas que me dão as emoções
São elas que me fazem ouvir
Seus corações
A bater… A fingir…
São elas que me despertam o “eu”
Fazendo-me partilhar
Aquilo que é meu.

São elas que me fazem ouvir
Que me fazem suar
Que me fazem crer
E até… mudar
Com elas eu discuto
Eu me dou bem
Se não fossem elas
Ia viver com quem

Até quando a alma está caída
Dá graças, a coitada...
Por haver gente na sua vida.

22 Setembro, 2010-09-22. PE

A pesca...

5.30 Da manhã, o despertador faz-se ouvir. Levanto-me meio ensonado mas sem nenhum esforço. Não… não ia trabalhar, ia passar um dia daqueles para os quais trabalhamos, o prazer da vida.
Guardo os torresmos e o pão, as uvas e a máquina fotográfica para poder registar um momento qualquer. 5.55h, saio de casa, vou ao multibanco tirar uma licença de pesca local que sabia que existia. Fiquei surpreendido, só passam licenças para um mês…10 euros para um dia de pesca. Mais uma vez o nosso estado estica-se como tudo. Tirei a licença de um mês para ir á pesca um dia. Não era bem a pesca que me interessava, era o convívio com o mar e com os dois amigos de infância que me acompanhavam, a pesca era só um pretexto.
A madrugada estava húmida. O dia começava a dar um sinal tímido de que estava a nascer. O mar… estava adormecido, parecia estar a nascer um dia perfeito para uma bela pescaria.
Preparámos as canas. Guardámos as minis… muitas minis dentro de uma caixa de esferovite com muito gelo e partimos. Navegámos rumo a uma pedra algures no fundo do mar. Levávamos lingueirão, ganso e minhoca, onde achávamos que os peixes estavam com vontade de comer.
Chegámos. Pelo meio das rizadas a três, lá ia-mos apanhando uns peixinhos, bebendo umas minis e comendo uns petiscos. Uma bandeirada com dois Besugos foi o melhor que conseguimos. Pelo meio, umas Sarguetas, uns carapaus, umas cavalas e algumas bogas.
A cerca de 100 metros uma barbatana preta fora de água, anunciava a presença de um peixe que certamente deveria ter perto de 2 metros. Seria um Tubarão? Talvez uma Quelha? Um Cação? Passou ao largo, nunca iremos saber. No outro lado aproximava-se a nado, uma estranha e enorme gaivota. Veio junto ao barco, enfrentou-nos com um olhar destemido seguindo depois o seu caminho. Gaivota não seria certamente, enfim… mistérios do mar.
O peixe parou de comer, era altura de mudar.
Quinze minis depois, procurámos um barco afundado á muitos anos, onde os peixes vivem. Uma espécie de habitação social no fundo do mar.
Largámos o ferro a 65 metros de profundidade e por ali ficámos a contemplar a beleza do nosso pedaço de oceano, a costa de Tróia, a serra da Arrábida e o rio Sado ao longe. Que sorte a nossa, a de vivermos aqui já ao lado.
Pelo meio da conversa lá ia-mos apanhando uns peixões. Num lançamento de uma pesca com 3 anzóis, três peixes, duas xopas e um carapau. Isto assim dá gozo, não é só dar banho ao isco. Noutro, uma Bica do tamanho de um sapato nº47 mas… o prato principal não era a pesca. Depois de um balde cheio de peixe, uns mergulhos e 27 minis depois, resolvemos ir fazer uma caldeirada para a ponta do verde desfrutando do estuário. Faltava o tomate, o pimento e mais uma cebolinha. - Não há crise, paramos em Tróia e vamos comprar ao supermercado! Disse o mais novo, perdão… o segundo mais novo.
E lá fomos nós.

Pelo meio, um telemóvel ficou sem bateria. Um dia, também nós acabaremos por ficar sem ela. Até lá… continuaremos a carregar nossas vidas com dias felizes.

dobicodacaneta, 21 Setembro 2010

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A vida que nasce...



A vida…

È com toda a certeza a magia mais incrível que conheci até hoje, e… o quanto estou grato por a conhecer.
Falando de momentos que marcam essa vida, poderia evocar vários, pois acho que tenho sido um privilegiado até aqui, por ter uma vida cheia de acontecimentos marcantes, como uma árvore numa floresta, e outra… e outra... Cada árvore… essa novidade que nasce, é um acontecimento que marca, e… tenho algumas na minha vida mas… o nascimento de um filho! – Isso é a própria floresta.
A minha vida ganhou uma razão mais forte.
Descobrir essa floresta descobrindo-me, é sem duvida o desafio de uma vida.
Passei a respirar melhor, voltei a sentir os cheiros e a olhar para coisas que não via, abri um pequeno baú guardado no fundo de mim, onde guardava religiosamente esses sentimentos. O afecto, o riso da infância, o amor que se veste de vermelho…apaixonante.

Sim… juro que beberei…
Esse cálice de sangue pela vida fora…
Sim…corei…
Com esse sol que amanheceu o deserto,
Sim… lutarei…
Por toda a sombra dessa floresta,
Sim… mergulharei…
Mergulharei nesse mar… num mergulho sem fim.

A preocupação que se destapa em mim, não chega para assustar mas…no entanto, é assustadora, pois só no fim, saberei se consegui estar ao nível de tamanha responsabilidade.
A vida é muito curta e…vivê-la sem esse sentimento, sem essa paixão, sem essa cumplicidade e amor, sem ninguém por quem dar a vida, não seria o mesmo.
Floresta de encantos e esconderijos.
Por tudo o que representa, por tudo o que vem ao pensamento, por tudo o que sofremos e sentimos no coração, por toda a responsabilidade sobre a vida que nasce, pelo envolvimento, por tudo o que reflectimos, por tudo o que expressamos, enfim…
Deixar de ser filho e…passar a ser pai será sem duvida a maior exigência da minha vida.
Já plantei muitas árvores, já escrevi um livro, já tenho um filho, a escrever irei continuar, árvores continuarei a plantar.
Voltar a ter um filho?
Já dizia o velho sábio… Tens que encontrar primeiro a estrada principal…! Pode ser que alguns desses atalhos por onde caminhas, vão lá dar.
Se não chegares lá!
Procura outro…
E outro…
E outro…


Terça-Feira, 14 Setembro de 2010…1.39h da manhã. Desculpem, 1.40h…….
V.G.

Um dia em que ninguém desconfia...



Hoje, 17 de Setembro 2010, praia.
Neste cantinho da praia onde me encontro, consigo contar as pessoas que cá estão.
Gente diferente.
Gente sem semelhanças.
Por trás de mim um septuagenário, fala sozinho… reclama com uns bichos que eu não vejo, como se eles o escutassem.
Numa palhota, um casal de estrangeiros está em sintonia com o dia fantástico, sorte por aqui estarem hoje, não sei onde poderiam estar melhor, estou certo que este dia ocupará um lugar em suas memórias.
Ao meu lado, uma senhora na casa dos cinquentas exibe o seu peito sem pudor, desfolhando um pequeno livro que me parece ser a sua bíblia. Um pouco á frente, o mesmo casal de ontem com um filho que deveria estar na escola, ele sempre muito desconfiado do nada, ela sempre muito elegante passando regularmente seus dedos pelo seu troféu, um bonito cabelo loiro. O filho, seria filho de um ou de outro, não me parecia que fosse filho dos dois.
Ao fundo, o nadador-salvador vigia o vazio do mar.
Toca o telefone, alguém diz que não vem, não é grave, assim estou disponível para escrever. Gosto de escrever na ressaca de uma noite de boémia. Ontem começou assim… vesti o calção, chinelos nos pés e fui dar um mergulho. Cheguei a casa duas horas antes de o sol nascer.
Dias fantásticos,
Noites perigosas…
O vento adormecido, despertou, agora já sopra… e sopra… e sopra…
O sol ficou na sombra de uma pequena nuvem.
O mar parece criança, brinca…e brinca… e brinca…
O silêncio escuta-se.
O septuagenário interrompe-o, lá estão novamente os bichos.
Ao longe, na ilha formada por uma maré vazia, avisto gente que vai em romaria ao santuário da nossa senhora da figueirinha.
O vento faz-se ouvir…
O sol faz-se sentir…
Há gente que lê,
Gente que dorme,
Coração que vê,
A alma que consome.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010



A Luz...

Talvez seja como o mar
Solto… de infinita profundeza
Que resolve, nos presentear
Com toda a sua beleza

Ou será como o céu…?
Iluminado ou cinzento
Que deixa cair o véu…
E nos oferta um momento.

Dia que desperta lentamente
Pelo riso que nos anima…
Clik...
Que nos clica livremente…
Pela noite que se aproxima

No Verão… quente…
Chega ao Outono despida
Do medo do Inverno que… sente
A luz da primavera erguida



Deixa…
Deixa que se ausente


Que vive
Que sinta
Se espalhe
E se levante
Que desça
Ou suba…
Que cresça
Se divertindo
Que amadureça
Sorrindo…

Que parta…
Por essa vida farta…
Nesse seu jeito medonho
De encantar…
Como um sonho.

Que desbote…
Acompanhada pela sorte…cresça
Mas que volte…
Antes que o dia amanheça.

Distancia…
Distancia, que aproxima
Proximidade que afasta…
A saudade, anima,
A tristeza, gasta.

dobicodacaneta

Adelino... O Velho sábio. Mudança


O velho sábio disse...
Segue a tua mente…
Escuta a tua voz.
Quando te viste pela ultima vez…?


Mudas como os dias
Tuas raízes,
Esvazias…
Esqueces…
Na companhia
De tantas garrafas vazias…

Por atalhos de uma vida partida
E uma pedaço de uma memória rasgada
Entrando numa porta sem saída…
Espreitando por uma janela fechada.

Disfarça…
Esse mundo só teu…
A farsa…
Que a vida te deu.

Rocha…
Rocha que sofre…
Não cede.
Guarda num cofre…
O que perde.

Marcas oferecidas por uma vida
Desfolhada rapidamente
Não procures uma saída…
Entra sim… pela porta da frente.

dobicodacaneta, ...

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