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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Livro meu...part 1- Numa Tarde


Pablo estava louco, destemido, corajoso.
Ele queria sair procurando a imagem que devorava sua alma, o ser que violava seu pensamento, os olhos que constantemente o espreitavam, a mulher com que sempre sonhara e…partiu na procura de tocar, ver e sentir bem perto sua ilusão.
Fisicamente partiu só mas, aquela imagem o acompanhava sempre. Com ela tomava o pequeno-almoço, com ela almoçava e jantava, com ela dormia e acordava. Era o chão que pisava, as paredes que o limitavam o tecto que o protegia, a rua que ele via, Pablo sentia empatia no pensamento e isso deixava-o seguro. Pablo não queria esperar mais, ele já não queria sofrer mais com a distância que os separava, ele queria aproximar a ligação que os unia, queria ver, sentir, cheirar, tocar.
Conduziu quinhentos e sessenta km para viver sua ilusão, Pablo sentia uma enorme satisfação pelo que estava a fazer, era a única coisa na vida que naquele momento interessava, tudo o resto era secundário.
Pelo caminho, Pablo sentia que o nervosismo aumentava, que os seus olhos se arregalavam, seus lábios estavam trémulos, suas mãos mais sensíveis, Pablo estava a sentir a adrenalina de um primeiro encontro.
Ninguém o conseguia parar, nada o faria desistir, Pablo estava decidido, era um homem de fortes convicções e quando acreditava seguia até ao fim. Pablo tinha um passado de aventuras e a procura, era o seu elixir.
Pablo aproximava-se cada vez mais do seu destino, e quanto mais se aproximava mais sentia o seu sangue a aquecer, o seu coração batia mais forte, mais rápido, sua cabeça procurava controlar mas não estava fácil. Pablo estava quase a chegar, tinham passado cinco horas e Pablo não sabia o que ia encontrar. Pablo era um homem tímido, respeitador, sensível e honesto com os outros, Pablo cultivava o bem, semeava amizades, Pablo deliciava-se com o bem estar e a alegria dos outros, ele era gentil mas muito orgulhoso, introvertido, expunha-se com facilidade á ilusão.
A ilusão era parte de sua vida, ai ele dominava porque não conhecia limites, Pablo era criativo, irreal, no mundo da ilusão Pablo não tinha que sentir responsabilidade e isso deixava-o solto como um pássaro no ar, como peixe na água.
Pablo estava a chegar ao seu destino e já a noite se fazia sentir, escura, quente e misteriosa.
Pablo não sabia por onde começar a procura mas, ele era um sortudo, naquela noite era Maomé, se ele não chegasse a ela, ela chegaria a Pablo.
Ao passar por uma esplanada de um velho bar, ele reparou em algo curioso.

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