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domingo, 9 de janeiro de 2011

Boémia(ndo)

Vagueei, cambaleando vagarosamente pela sombra de uma muralha velha de pedras sobrepostas, sem saber para onde ir. Caminhava pelo vazio procurando um sinal. Uma fonte de água limpa e potável, chamou-me a atenção para a transparência, estaria eu procurando a transparência que não transparecia? Bebi aquela água, como se fosse santa na esperança que me limpasse a escuridão que existia em mim. O efeito que procurava, já o tinha encontrado antes de a beber, meditar sobre o meu pedaço de vida. Chuva de Verão, noite que já foi dia, uva que vira néctar, olhos que choram musica, palavras que cheiram a vela, nem tudo tem que ser explicável, terá? As folhas que caiem de uma árvore fora de época, será que a transformam? Duvidas, muitas das dúvidas que provocam essa escuridão, são meras banalidades mas… a verdade é que têm esse dom de provocar essa tempestade em mim.
Ir para casa aterrorizava-me, encontrar uma vida que não me fazia sentir feliz, seria sempre uma última opção.
Talvez por isso, existem os boémios, aqueles que não encontram a felicidade ou o que isso significa.

Sentia-me um pouco dos dois, talvez por isso, bebia por dois.
Apetecia-me divagar livremente por contos e bacoradas, histórias de encantar por palavras a sorrir, soltar-me! Largar a prisão da responsabilidade por momentos e encontrar vontade de expressar o que me ia na alma, no corpo, na mente. Ficar ausente nesse recanto acompanhado, por ilusão ou felicidade, sentindo sem ter que cumprir, a não ser com o meu pensamento.
dobicodacaneta, 9-1-2011 ( Porto Abrigo, em construção)

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